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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O início de uma luta - Parte 1

Escrever sobre algo que me causou forte emoções ou traumas é sempre difícil. Acho que é difícil porque relembrar me traz de volta aquela dor ou lágrimas.
Desafiei a mim mesma e decidi escrever aqui, para que essas memórias não se percam, e quem sabe, um dia inspirar alguém a também dividir as suas.

Meus amigos e quem tem acompanhado o meu blog sabe que sou engenheira e o meu trabalho é de campo no interior no deserto do Oman. Não vou entrar em detalhes agora, para aqueles que ainda não leram, podem aproveitar outros posts do blog.

Exemplo de Acomodações Temporárias
Minha luta começa no dia 9 de junho as duas da manhã quando ouço batidas na porta. Estou descansando em uma das acomodações do cliente, uma dessas caravanas temporárias. Terminei um trabalho de campo no dia anterior e dormi exausta.
Achei que era minha equipe me acordando para o café da manhã (não sabia que eram duas da manhã) e fui abrir a porta. Uso uma barra de ferro como fechadura pois a porta não tinha trinco.

Do lado de fora da porta estava um homem com o rosto coberto com um turbante, só dava pra ver os olhos. Acho que sou muito bobinha, mas passou pela minha cabeça que ele estava usando o turbante assim por causa do mau tempo. Ele me perguntou se eu falava árabe, em árabe, e eu disse que não, em inglês. Achei que ele estava procurando pelas roupas que a lavanderia deixou no quarto e não pertenciam a mim.

Imediatamente ele abre a porta e entra no quarto, vê que eu estou segurando aquela barra de ferro. Tenta tirar a barra de mim, a ficha demorou muito para cair e muito tarde tento gritar por ajuda, mas ele tapa a minha boca e fecha a porta.
Me joga no chão, me segura por trás, e ao mesmo tempo que tenta tirar a barra de mim. Seguro aquela barra com todas as minhas forças. Só consigo pensar se ele tirar essa barra de mim vai me machucar mais. Depois de um tempo, ele desiste da barra para começar a me apalpar. Quando você acha que não tem mais forças, a adrenalina te dá mais. Eu pensei: esse cara não vai me estuprar. É essa palavra assustadora mesmo foi a que meu deu mais forças.
Passei a acertar a cabeça dele com a barra e morder a mão dele. Quando ele movimentava pra fugir das mordidas eu gritava "vá embora!".
Esses containers são relativamente silenciosos e eu só tinha esperança de um vizinho de trás ouvir os barulhos. Então passei a chutar com muita força o armário de metal e a porta.

Não sei dizer quanto tempo durou essa luta, mas em um determinado momento ele me pressionou no chão e saiu correndo pela porta.
Corri e tranquei a porta com minha barra. Chorei até perder o fôlego. O que fazer?

A história continua, mas eu preciso de um tempo pra escrever...

domingo, 1 de novembro de 2015

Ao Redor do Mundo

Era uma vez
Uma video conferência ao redor do mundo
Uma proximidade no meio da distância
Muitas saudades, a palavra proibida
Milhares de quilômetros
No começo, no meio e no final do mapa mundi
Amizades sem fronteiras

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Fotos e mais fotos

Desde criança sempre quis ter aquela câmera polaroid que imprime as fotos na hora. 
Com essa nova onda de celulares e cameras que tiram milhões de fotos, acabamos não dando muito valor pra cada foto que tiramos. Lembro que em 1994 quando viajamos pra Disney por duas semanas, levamos uns 2 filmes de 36 poses e pronto. Quando fui pra Disney 20 anos depois com meu marido, acho que tiramos 36 fotos a cada hora com o nosso celular!

Tiramos uma foto no casamento da tia do Ahmed no mês passado e aquela vontade de ter aquela polaroid voltou.

Como o Ahmed foi passar um tempo nos Estados Unidos, pedi pra ele dar uma olhadas nessas câmeras e acabei ganhando uma de presente quando ele voltou!

A minha idéia é tirar pelo menos uma foto em ocasiões especiais (ou apenas em um final de semana  gostoso em família por exemplo) escrever a data/ocasião e fazer um pequeno mural no final do ano. Como já faço com as fotos que imprimo de vez em quando. 
Acho que cada foto dessa vale mais que 1000 fotos em celulares...

Minha Nova Câmera
Foto que me inspirou

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Mudanças e mais mudanças

Depois de quase 2 anos no norte do Oman morando no quarto-container 248 em Fahud, Oman, decidi mudar. Acho que pra não sair da minha tradição nômade... 
Pedi um quarto mais próximo da entrada do acampamento e se possível que tivesse acesso a internet. Nesses últimos 2 anos tinha que ficar no escritório até mais tarde pra usar a wifi pra fazer a famosa video conferencia com a minha mãe aos sábados ou domingos.
De manhã, fiz as malas, coloquei todos os meus pertences em sacolas ou mochilas, pedi ajuda pro administrador do acampamento providenciar uns ajudantes a noite.
Fui trabalhar e quando terminei o jantar, liguei para o administrador e ele me levou até o novo quarto. Quando cheguei fiquei bem surpresa, pois todas a minha mudança já estava lá e do jeito que eu gosto! 
As bandeiras como toalhas, o tsuru pendurado na lâmpada, tapete, travesseiros, almofadas, lençóis e fronhas limpas trocadas! Todas as sacolas e mochilas no armário e roupas penduradas nos cabides! Sorri ao me sentir em "casa" novamente. 
Me surpreendi em como a camareira já me conhecia o suficiente para colocar todas as minhas coisas do meu jeito (sabe até do meu leve TOC).

Aqueles que não trabalham no deserto, talvez não entendam muito bem a alegria que é voltar do campo e aproveitar o tempo no aconchegante quarto-container.

Visão geral do quarto-container
Biblioteca

Home office

Finalmente conferência no quarto

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Começo de um projeto

Pra aqueles que tem me acompanhado por aqui no blog sabem que o meu trabalho é no campo. 
O campo nem sempre é uma Brastemp. 
O deserto do Oman é uns dos lugares mais quentes e desafiantes do planeta. Enfrentamos muitos problemas, desde problemas operacionais/técnicos relacionados ao trabalho, dificuldades de achar acomodação/alimentação para todos da equipe (difícil achar quartos para mulheres por exemplo), altas temperaturas, tempestades de areia, alagamentos de estradas (wadis), etc.

Comecei um projeto que permitirá que o trabalho de campo seja realizado de dentro do escritório!
Projeto iguais a esse já estão sendo realizados em vários países do mundo. 
A idéia é que os engenheiros realizem o trabalho de qualquer lugar do mundo, de dentro de um "Centro de Operações Remotas". Esse tipo de operação já é realizada remotamente em diferentes departamentos na empresa e em outras empresas de diferentes ramos.

A tecnologia já nos permite realizar esse trabalho há muito tempo, mas agora com a dificuldade que esse setor está enfrentando, existe um maior empurrão pra atividades desse tipo. Atividades que aumentam a produtividade de cada um sem que haja necessidade de demitir ou realocar engenheiros.

Estamos o tempo todo enfrentando a pressão ao ver nossos colegas sendo demitidos. Dificuldade de arrumar outro emprego. 
Eu, ao mesmo tempo fico um pouco ansiosa, me sinto também tranquila. 
Pois sei que se acontecer comigo vou fazer como sempre fiz quando me dão um limão: fazer uma limonada.

Centro de Operações Remotas
Aproveitando pra tomar um chá de camomila
No campo, treinando uma outra engenheira


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

To FB or not to FB

Li uma reportagem na revista Super Interessante sobre o Facebook e me fez ficar um pouco em dúvida sobre usar tanto esse meio. Acho que sem querer eu meio que mantive o blog pra escapar um pouco de lá. Um espaço meu fora daquela rede. Na verdade passo dias e mais dias, as vezes semanas sem entrar quando estou trabalhando e nem sinto falta. Enquanto que algumas pessoas que trabalham comigo parecem estar tendo crise de abstinência.

O que mais me chamou atenção na reportagem foi que quanto mais tempo uma pessoa passa no face, mais infeliz ela fica. Ainda não souberam explicar o porquê, mas uma hipótese é a chamada inveja subliminar, que surge sem que a gente perceba conscientemente. As pessoas tendem a mostrar só as coisas boas e o subconsciente acha que aquilo reflete a vida inteira delas. Um exemplo é quando os amigos postam fotos de viagem e temos a sensação que todo mundo está de férias e todos os amigos viajam mais do que a gente. O subconsciente não vê que aquele amigo trabalhou bastante pra conseguir tirar aquelas férias e planejou com antecedência pra aproveitar os feriados do ano.

E claro que existiam outros argumentos na reportagem como a compra de "curtidas" pra fazer o seu site ser mais famoso, a manipulação de humor dos usuários por uma pesquisa anti-ética, a superexposição da nossa privacidade, o algoritmo que define a sequência de informações que vemos na nossa timeline e a monitoração de sites que entramos para nos oferecer anúncios relacionados aos nossos interesses. 

Eu não acho que irei apagar minha conta ou sair definitivamente da rede agora, mas garanto que irei diminuir bastante as minhas já raras visitas. 

domingo, 19 de julho de 2015

Eid Mubarak

Eid Mubarak
Finalmente o tão esperado "Eid" chegou depois do mês do Ramadã. Hoje iremos comemorar com um almoço na casa da avó do Ahmed.

Acordamos relativamente tarde e tomamos o primeiro café da manhã em um mês!
Fui rapidinho ao salão fazer uma escova pra domar as madeixas.
Quando voltei, Ahmed já estava vestido com a túnica (thoob) e me apressou pra eu me arrumar.
Eu me considero super rápida pra me arrumar, mas dei uma corridinha. Vesti minha jalabiya (vestido típico), fiz minha maquiagem (!), coloquei minhas jóias (!) e salto alto (! acho que quem me conhece vai achar que todo o post é inventado a partir de agora).

Almoço típico (no chão rsrs)
A casa da avó do Ahmed é relativamente perto e chegamos em 10 minutos. Nem precisava te me apressado tanto, mas tive que manter a tradição de ficar pronta primeiro.

A saudação que se usa para cumprimentar nesta data é o título do post: "Eid Mubarak". Que significa um "Eid" abençoado para você. Lembrando que Eid é o nome do festival, mencionado no post anterior. Outra saudação muito usada é "Kul 'am wa enta bi-khair" que ao pé da letra significa que todos os anos te encontrem com boa saúde. 

O narguilhe aqui se chama Sheesha
Várias tias, tios, primas, primos estavam presentes, uma grande família como a nossa no Brasil. Muitas crianças e alegria pela casa. O almoço foi servido no chão em duas salas, uma para as mulheres e uma para os homens. O prato era arroz com cordeiro e frango com um molho de passas e castanhas. Havia dois tipos de saladas também, mas não é o meu forte. Eu sempre preparo um iogurte ao meu lado caso a comida seja apimentada pra diluir o tempero, mas desta vez estava ao ponto.

As sobremesas não são servidas na mesa imediatamente depois da comida como nós fazemos. A mesa é retirada e uma mesa pequena ou uma outra sala é preparada com chá, café árabe, frutas e doces. Muitas vezes a Sheesha também é preparada pra acompanhar. O café árabe é bem diferente do nosso pois é adicionado cardamomo e açafrão (sim o café é amarelo), normalmente tomado sem açúcar.

Uma tradição do "Eid" é distribuir dinheirinhos entre as crianças, por isso trocamos algumas notas grandes em notas de 500 fils (meio dinar). As crianças mais velhas recebem um pouco mais do que as crianças pequenas, mas no final da noite estão todos contando seus lucros!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Preparativos para Eid

Henna para Eid
Ao final do mês do Ramadã é celebrado o final do jejum num festival chamado Eid Al-Fitr (traduzindo literalmente do árabe significa o festival de quebra do jejum).

O festival pode durar um, dois ou até três dias dependendo das tradições do país. Aqui em Bahrain dura três dias e é feriado escolar e comercial. O primeiro dia é definido através da visualização da lua crescente no último dia do mês do Ramadã. Caso a lua não esteja claramente crescente ou o céu esteja nublado, a festividade é adiada um dia.

Os últimos dias do Ramadã são bem ocupados com preparativos para o festival. É um costume usar uma roupa nova, então as mulheres compram vestidos chamados jalabiyas e os homens as túnicas e turbantes para a festa.

É preciso agendar com antecendência qualquer atividade em salões de beleza e alfaiates pois eles ficam sobrecarregados com os preparativos para o festival. Todos querem fazer cabelos, henna, ajustar vestidos, túnicas, etc.

Jalabiya para Eid
Comprei um vestidinho novo para o festival. Comprar roupa por aqui é sempre grande desafio pra mim, pois as roupas aqui são bem mais extravagantes que o meu gosto.

É bem comum a aplicação de henna (a mesma que usei para o meu casamento) mas com designs típicos para essa época.
Eu como ADORO henna não pude ficar fora desta. As tias do Ahmed fizeram uma pequena reunião na casa de uma delas para a aplicação de henna. Uma moça é contratada e fica a noite toda aplicando henna nas meninas da família.
Nem todas as meninas gostam de henna, pois tem o cheiro forte quando sendo aplicada e demora de um a dois dias para se atenuar.
Eu como sempre senti o cheiro da henna quando a mamãe pintava o cabelo, nem me incomodo e me divirto com os desenhos.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

As filhas das arábias

Na volta do Oman para Bahrain, tive que esperar no aeroporto por umas 6 horas. Passei por uma livraria e fiquei pesquisando algum livro pra comprar.
Quase sempre compro livros nas minhas esperas de viagens. Gosto de ler algo escrito por autores regionais ou sobre uma história típica da região.
Nem sempre o livro é extraordinário, mas sigo fielmente o lema de sempre terminar um livro que comecei. Seja devagar ou entediante. Acho que sempre podemos adicionar algo na nossa vida ao terminar um livro. Nem que seja uma nova percepção, uma nova idéia, ou apenas um novo vocabulário.

Encontrei um livro que estava fora da estante dos mais vendidos deste mês. Na prateleira mais abaixo próxima ao chão. Se chamava princesa em inglês. Estava na sessão de não-ficção, estão assumi que se baseava em uma história real de uma princesa, li no verso e se baseava na história de uma da arábia. Comprei e comecei a ler durante a minha espera.
Me cativou desde o começo pois contava a situação das mulheres na Arábia Saudita nos anos 60-70. Mas ao mesmo tempo denuncia várias histórias da realeza. Pensei como este livro poderia ainda estar na prateleira sem ser censurado.

Quase terminei o livro no avião antes de chegar em Bahrain. No primeiro dia em Bahrain estava me segurando pra não ler as últimas páginas. Não gosto quando um livro interessante chega ao fim. Paro de ler e vou fazer lanchinhos ou ver um filme, desculpas pra não ler as últimas páginas. Mas as ultimas páginas chegaram, terminei o livro. Ponto final.
Soube que a mesma autora escreveu duas continuações e logo fui até a livraria procurar os livros. Primeiro procurei nas estantes, nada. Decidi perguntar pra um funcionário e ele disse que não tinha. Perguntei se ia chegar ou nunca teve. Ele disse que o livro esteve disponível no passado mas deu muitos problemas e eles tiveram que tirar das prateleiras.

Imaginei. Censurado é claro. Bahrain vizinho da Arábia Saudita.
Agora eu quero ler as continuações mais que nunca...



domingo, 28 de junho de 2015

Ramadan Kareem

Estamos no mês do Ramadã no calendário Hajiri, pra aqueles que não leram o post do ano passado, vou fazer um pequeno resumo.
O nosso calendário (gregoriano) é baseado no ano solar, que dura 365 dias e algumas horas. É dividido em 12 meses de 28, 30 ou 31 dias. Não vou entrar em detalhes nesse calendário porque todos nós conhecemos muito bem.
O calendário árabe, islâmico ou Hajiri, é lunar e dura aproximadamente 11 dias a menos que o calendário solar. Também é composto por 12 meses de 29 ou 30 dias.

Iftar no deserto do Oman
Ramadã é o nono mês do calendário Hajiri e é considerado sagrado pelos muçulmanos pois foi o mês que foi revelado o Corão, o livro sagrado do Islã.
Neste mês os muçulmanos fazem jejum entre o nascer e o pôr do sol. Um jejum mais completo não só de comida, mas de água, pensamentos ruins, palavrões, relações sexuais, etc. A leitura do corão é incentivada, a espiritualidade e gratidão também.

As jornadas de trabalho são menores e horários comerciais são diferentes durante esse mês pra acomodar o tempo que a população está de jejum.

Iftar em Bahrain
A refeição que se quebra o jejum é chamada Iftar e é feita na maioria das vezes em família, em casa ou restaurante. No deserto do Oman essa refeição é bem leve com frutas, tâmaras e pequenos salgadinhos. Uma jantar ou refeição mais completa é feita mais tarde. Nas grandes cidades do Oman como em Muscat, ouvi dizer que são feitas refeições cada dia em uma casa da família ou amigos. Em Bahrain, na família do meu marido, o Iftar é uma refeição completa e se quebra o jejum com água e tâmaras antes de começar a comer.

Eu experimentei fazer o jejum e acho que me dei muito bem. Não tive dor de cabeça e comi devagar durante o desjejum. Acho que o mais difícil não é ficar sem comer, mas ficar sem água num verão bem quente.

Obs: O título desta postagem a expressão "Ramadan Kareem" significa generoso Ramadã.

domingo, 14 de junho de 2015

Peças da vida

Quando a gente menos espera a vida nos prega peças.
Podemos desabar e achar que todas as peças ruins do mundo caem sobre a gente. E nos perguntamos, porque comigo?
Ou podemos usar essas peças e construir algo novo, crescer, dividir uma nova experiência adquirida.
Um degrau acima, não abaixo.
No lugar de dizer que todos os planos foram perdidos, podemos dizer que foram apenas adiados.
Ou quem sabe não é a hora de mudar de planos?
São essas peças da vida que nos ensinam o quanto somos fortes e quem são os verdadeiros amigos.

Tenho que admitir que até me senti um pouco orgulhosa de mim mesma por usar essas peças e montar um quebra-cabeça...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Viajar ou não viajar eis a questão

Quando consegui a oportunidade de trabalho na Índia, um amigo me perguntou porque decidi aceitar aquele emprego, se eu tinha outras ótimas opções no Brasil.

Respondi que queria viajar e conhecer o mundo. E foi o que eu fiz, viajei para lugares onde nem imaginava ir. Visitei lugares que não estavam nem na minha lista de países a visitar,  sai da rotina, mudei minha visão de mundo, fiz novos amigos e até casei. Muitas dessas histórias estão relatadas aqui nesse blog.
Essa semana quase 5 anos depois da minha saída encontrei esse mesmo amigo.
Ele fez uma nova pergunta, se eu saí do país com o objetivo de viajar mais e conhecer o mundo, porque agora todas as férias eu sempre volto ao Brasil?

Não tenho uma resposta objetiva. Acho que vezes dá vontade de voltar pra casa, pra um lugar conhecido, para a família, para os velhos amigos. Passar mais tempo junto com quem realmente se importa com a gente. Ter uma "rotina" nas férias nem que seja por 20 dias, pois todos os outros dias no trabalho são imprevisíveis. Comer a comida caseira que tanto faz falta no deserto. Talvez economizar um pouco para os planos de um futuro próximo. Resolver burocracias pendentes que dependem da nossa presença em 3 dos países que sempre vamos.

Ainda não sei qual das razões pesam mais na decisão de onde ir nas próximas férias. Nosso objetivo ainda é conhecer um novo país todos os anos e estamos cumprindo. Eu concordo que esse objetivo poderia ser cumprido trabalhando num emprego normal com férias anuais e finais de semana.
Mas ainda gosto desse balanço, férias, trabalho, férias, trabalho, mas é claro que isso não vai poder continuar quando decidirmos aumentar nossa família.

Estou esperando as mudanças que vão acontecer esse ano para colocar de novo as prioridades na balança e quem sabe tomar novos caminhos. Um diferente país, um diferente emprego, uma diferente rotina...


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Congelando na Turquia

Pra aproveitar a ida a Bahrain (do outro lado do mundo) porque não dar uma passadinha na Turquia?

Uma pena que estava muito frio, mas mesmo assim aproveitamos a nevasca para uma guerra de bolas de neve!

Alugamos dois apartamentos próximo a praça Taksim, próximo ao metrô.
Passamos o aniversário da Pina e o Ano novo juntos, fizemos passeio de barco, visita à Mesquita Azul, Palácio Topkapi, Grand Bazar, entre outros passeios.

Algumas fotos da bagunça:
Visita à Mesquita

Aniversário da Pina

Ano Novo na Turquia!

Neve em Istambul!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Retrospectiva 2014

Acho que eu faço isso todos os anos, pois sempre começo o ano mais reflexiva.
Pensando no que passou e no que virá, no que eu alcancei e o que eu deixei passar.

A passagem desse ano foi muito melhor do que a do ano anterior. Passei entre amigos, numa viagem, descontraída. Lembrando do casamento e de todas as coisas boas que estão por vir.

Este ano como sempre aproveitamos para viajar, para a Malásia no começo do ano no casamento da Alyaa (ótimas notícias está esperando bebê!), para a Disney em abril, para o Brasil durante a copa do mundo e Brasil-Bahrain para os preparativos do casamento.

Na segunda metade do ano o nosso foco foi o casamento, vestido de noiva e terno do noivo, shabka, bufê, flores, DJ, etc. O visto dos convidados brasileiros foi um alívio em outubro quando Bahrain abriu as fronteiras para uns 100 países! O acolhimento dos hóspedes em Bahrain também foi planejado, apartamentos, carro, etc.

Devido a problemas no trabalho tivemos alguns apertos financeiros no final, mas nada que pudesse estragar um ótimo ano.

Esse ano quero focar um pouco mais no meu aprendizado de árabe. Continuar procurando um apertamento no Rio e fazer uma poupança pra estar preparada quando encontrar. Conseguir a tão atrasada promoção no trabalho e quem sabe uma nova mudança de cargo ou país...