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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Chegando em Rajahmundry

Sobremesa lichia com sorvete
Fomos ao cinema depois de um dia normal de trabalho e em seguida jantamos em um restaurante chinês (ver fotos). Foi tudo muito divertido e também gostoso comer uma comida diferente do dia-a-dia.

Estou em Rajahmundry agora, no outro lado da Índia. Outro estado, outro idioma, outra cultura, outros tipos de comida. Vou fazer um curso rápido de 3 dias, junto com um dos operadores e a outra engenheira trainee.

Drinque bonito mas horroroso
Quando voltarmos para Baroda vamos direto para o novo apartamento com apenas 3 quartos, só para as meninas. Os meninos irão ficar num apartamento ao lado no mesmo prédio. É muito legal morar junto com outras pessoas, assim sempre tenho companhia para conversar e sair. E sempre nos divertimos juntos no tempo livre e no trabalho.

Passei a noite arrumando malas para a viagem e para a mudança. A mudança vai acontecer enquanto eu estiver viajando, logo tenho deixei todas as minhas coisas arrumadas para serem transportadas (esqueci de devolver a chave, trouxe a chave para Rajahmundry!).
Espero ter internet na nova casa, já que a internet móvel que eu tenho agora é muito ruim e ainda divido com as outras pessoas. Quando estiver conectada a uma internet mais rápida colocarei umas fotos. :)

Se eu achava que o aeroporto de Baroda era pequeno, me surpreendi com o de Rajahmundry. O avião era bimotor, balançava pra caramba e não tinha nem esteira para bagagem no desembarque.
Como sempre nos esqueceram no aeroporto e ligamos para a base para lembrarem de buscar a gente. Fomos até um hotel na beira do Rio que banha a cidade. A higiene aqui é meio questionável, mas já me acostumei a fechar um pouco os olhos.

Na beira do Rio
Antes de chegar aqui, fizemos escala em duas cidades diferentes, Mumbai e Chennai. Em um dia estive em 4 cidades, 4 idiomas diferentes: Gujarati, Hindi, Tamil e Telugu! Haja diversidade!

Amanhã de manhã vamos cedo para o curso. Hoje vou aproveitar para descansar bastante depois de um dia inteiro viajando.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Mal estar e lagartixas

Essa semana tive um pequeno mal estar, acho que foi por causa da comida ou da água que eu comi no trabalho de campo. Mandaram eu sair mais cedo do trabalho e descansar em casa.
Uma das engenheiras me convidou para almocar na casa dela no domingo, eu pensei comer uma comida caseira não iria me fazer mal. E pra falar a verdade, melhorei um pouco depois.
O almoço na casa dela foi ótimo (indianamente falando), a mãe dela que cozinhou. Conheci os pais e as irmãs dela. Ela me mostrou alguns dos hobbies dela como pinturas e jardinagem por exemplo. A mãe dela não falava muito, acho que porque não era muito fluente em inglês. Mas o pai dela conversou até sobre o nosso trabalho.

Chocolate room
(loja só de coisas de chocolate)
No dia seguinte eu já estava melhor e voltei para o trabalho normalmente (e de noite já estava comendo chocolate ops!). Depois de 12 dias sem internet em casa consegui um modem (daqueles que parece um pen drive) e estou dividindo com algumas pessoas na casa. Assim todos podemos usar um pouco a internet.

Conversando com a mulher de um dos engenheiros que mora comigo, descobri que o casamento deles foi arranjado pelas famílias. E que isso é muito comum entre as famílias mais tradicionais daqui, e o divórcio não.


No trabalho, às vezes nos mandam fazer algumas coisas de "trainee" (equivalente a coisas de estagiário) como ir até o arquivo procurar documentos. Bom, estava eu no arquivo procurando papeis dentro de um caixa de papelão quando vi uns picadinhos brancos. Eu pensei que eram traças que tinham comido os papeis, mas depois vi que os documentos estavam inteiros e em seguida cai um ovinho de lagartixa no chão! E logo depois vi o movimento do papai e/ou mamãe e/ou irmãozinhos. Eu sai correndo e disse que nunca mais ia voltar para o arquivo. Chamei os engenheiros para me ajudar a fechar as caixas e pronto.
Pedimos para o segurança usar um spray para desinfestar, o trabalho de procurar documentos foi transferido para as pessoas da limpeza.

domingo, 19 de junho de 2011

Dia a dia

Trailer
Minha rotina não é muito rotina aqui, tudo pode acontecer até o final do dia. Nos dias normais (a minoria), vou para o escritório de manhã e volto de noite. A noite vejo tv com as outras pessoas da casa, estudo, leio, ou vamos para o shopping , cinema ou jantar. Nos outros dias menos normais vamos trabalhar no escritório de manhã, mas depois do almoço vamos para o campo. Voltamos quando o trabalho acaba, pode ser no dia seguinte ou sabe se lá quando. Nesse meio tempo dormimos em hotel, em um trailer, ou não dormimos.


Café da manhã - poha
A casa onde moro a rotatividade é bem grande, já que as pessoas ou vão morar em um lugar permanente ou estavam na cidade em treinamento por exemplo. Quando cheguei estavam hospedados dois indianos e uma indiana em treinamento, uma engenheira da malásia, uma engenheira da jordânia e um engenheiro indiano. Todos os que estavam em treinamento foram embora essa semana e a engenheira da jordânia foi transferida. Já chegaram outras pessoas, mas ainda não fui apresentada, já que estava trabalhando fora por 4 dias. Amanhã devo descobrir quem está na casa. 


Uma esquina da cidade
Muitas coisas aconteceram esses últimos dias, mas ainda estou sem internet em casa e sem celular funcionando.  Assim que arrumar essas coisas vou conseguir postar aqui com mais frequencia. 

Chegando na india

O voo de Mumbai para Baroda estava tão lotado que não tinha espaço para as malas de mão de todas as pessoas. Acho que as primeiras pessoas que embarcaram exageraram no tamanho das malas de mão (um monte de senhoras fofinhas), e como eu estava no final da fila tive que despachar a minha mala. Tirei computador e documentos e coloquei na minha estratégica bolsa que estava dentro da mala.
No avião um senhor com muitos pelos na orelha sentou ao meu lado, me lembrei de uma propaganda que passou um tempo atrás na tv. O lanchinho do avião foi bem indiano, não consegui comer. Precisava de uma fase de transição entre as comidas das minhas férias e as comidas daqui. Queria que não fosse um choque tão grande. Bom, mas uma hora vou me acostumar de novo.
Chegando no aeroporto, ninguém para me buscar. Meu celular da Índia não estava funcionando. Meu celular das arábias tinha apenas 3 reais de crédito, suficiente para uma rápida ligação ou duas mensagens. Resolvi começar pelas mensagens, mandei uma para a secretária do escritório pedindo para me ligar. Mandei outra para um engenheiro que depois descobri que ele pediu demissão e não deve nem ter mais esse celular. Tento ligar para todos os números que tenho, mas ninguém atendia. Oba, recebo uma ligação de volta! Aí começo a falar com uma pessoa que eu não sei quem é, que estava com o celular da pessoa que eu tinha o número. Ok, acabaram meus créditos no meio da ligação (roaming internacional, droga).
Não tenho o endereço da casa onde vou ficar, mas no fundo da minha mochila achei o endereço do escritório. A solução era pegar um taxi, ir até o escritório e depois pedir uma carona até a casa. Mas quando fui pedir informação onde eu pegava um taxi, um grupinho de pessoas ficava ao meu redor me observando, parecia que nunca tinham visto um estrangeiro na cidade.
Consegui um taxi que ia me levar por um preço exorbitante até o escritório. Tentei negociar, mas acho que perceberam que eu não tinha opção.  No momento que eu estava colocando as malas no taxi, recebo uma mensagem no meu celular da secretária dizendo que o motorista estava a caminho. Tiro todas as malas do carro, peço mil desculpas para o taxista e volto para o desembarque para esperar o motorista. Um senhor super solidário vem falar comigo para descobrir o que aconteceu, porque não peguei o taxi. Ele disse que as malas dele não chegaram e ele achou que eu estava com o mesmo problema. Eu disse que estava tudo bem e estava esperando meu motorista chegar. Ele atendeu um telefonema super bravo, provavelmente reclamando das malas e se afastou para falar mais alto.
Reconheço o motorista super simpático que me deixou no aeroporto da outra vez, entro no carro tranquila. Vou para a casa, mas fico esperando na sala enquanto o motorista e a empregada ficam conversando em gujarati. Deduzi que todos os quartos estavam cheios, nenhum lugar para mim.  A empregada dá um jeito de reorganizar as pessoas da casa e me dá um quarto que estava ocupado. Depois descobri que ela colocou dois meninos no mesmo quarto e no dia seguinte um deles foi dormir num hotel.
Chego exasta e desmaio na cama depois de dois dias de viagem.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

De volta para as índias

Minha maratona Brasil-Índia começou...
11h (Rio-Paris) + 9h (Paris-Mumbai) + 1h (Mumbai-Baroda) = 21 horas dentro de aviões! Somando ao tempo dentro dos aeroportos são dois dias viajando. Agora estou no aeroporto de Mumbai esperando o embarque para Baroda.
Depois do embarque no rio, precisei de algumas horas para conseguir parar chorar e colocar a cabeça no lugar. Dessa vez a despedida foi mais difícil. Não sei explicar. Não sei se foi porque dessa vez estou mais acostumada com a viagem, o desconhecido é mais conhecido, a euforia de viajar o mundo é menor, não sei.
Acho que a gente nunca se acostuma com essas coisas, a despedida sempre será triste. Na verdade acho que se a gente se acostumasse seria mais triste e significaria que a gente não se importa.
Aconteceram coisas engraçadas nessa viagem. No voo Mumbai-Paris, um senhor de 78 anos que sentou ao meu lado, começou a puxar conversa do nada. Ele ficou todo feliz quando descobriu que eu era do Brasil, porque ele tinha acabado de fazer uma viagem pela américa latina com um colega dele de 80 anos. Depois ele descobriu que eu trabalhava na Índia e ficou mais feliz ainda, começou a me perguntar se eu precisava de ajuda por lá, porque o primo dele poderia me ajudar em Baroda. Mas depois de alguns vinhos ele falava para as aeromoças que eu era da Argentina e que eu estava com muita fome porque estava viajando há dias! Ele perguntava: onde está a comida dela? No final ele me entregou o cartão dele para caso eu precisasse de ajuda na Índia.
No aeroporto esperando o voo para Baroda, um senhor veio me pedir informações e ele também não aguentou e começou a fazer perguntas, de onde eu era, que idioma eu falava, quantos irmãos eu tinha e até qual o meu salário! haha! muito engraçados esses indianos, não precisam nem de intimidade para perguntar qualquer coisa!
Agora estou indo pegar o meu avião para Baroda, ainda não sei como será minha rotina por lá, mas vou tentar postar sempre que possível!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Férias

Duas semanas de descanso, matando as saudades dos amigos, da família, das comidas, dos lugares, do sono, do português, das fofocas, de tudo. Mas tudo o que é bom dura pouco. Já comecei a sentir minhas saudades antecipadas, faltando dois dias para a viagem de volta para a Índia.
Como o tempo passou rápido, duas semanas aqui no Brasil voaram, 4 meses lá fora também...
Também vou viajar dessa vez sem saber quando vou voltar. Amanhã é dia de arrumar a mala e das últimas despedidas...